quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

Da praia ao laboratório: como me tornei uma cientista

Por Mônica Lopes-Ferreira*
Desde pequena sempre gostei do mar. Nos finais de semana, nas férias, nos feriados, lá estava eu curtindo uma praia. Tudo no litoral me encantava: a natureza, as paisagens, os animais.  Enquanto eu desfrutava das verdes águas mornas da cidade de Maceió, minha terra natal, simultaneamente prestava atenção em todo o ecossistema ao meu redor.

No início da juventude chegou o momento de escolher qual carreira seguir. Não tive dificuldade em entender que o estudo dos seres vivos fazia com que a minha mente e meu coração vibrassem. Decidi fazer Biologia, estudei bastante e ingressei na Universidade Federal de Alagoas.  

Sou muito curiosa e sempre gostei de aprender. Além da rotina das aulas na Universidade, eu participei de muitos cursos, seminários e palestras na área. Até que no ano de 1989, um encontro especial mudou o rumo da minha história. Ivan Mota - pesquisador do Instituto Butantan – ministraria em Alagoas um curso sobre Imunologia. Como estudante, me senti estimulada a saber mais sobre aquele centro de pesquisa que eu conhecia somente pelos livros de Ciências. Eu já sabia que os cientistas de lá estudavam animais peçonhentos e produziam soros para tratar os acidentes que os venenos provocavam. E a Imunologia?  Ela eu ainda não conhecia.

O curso era complexo, oferecia aulas o dia inteiro e tinha muitos alunos. Ali tive contato com muitas novidades e fiz grandes descobertas. O professor era um pesquisador competente, entusiasmado e apaixonado. Fiquei completamente atenta e deslumbrada com a Imunologia. Para a minha surpresa, ao final do curso ele anunciou que faria a seleção de cinco alunos para um estágio no Instituto Butantan. Passei na entrevista, fui escolhida e descobri que o professor – assim como eu - também gostava do mar.

Tive total apoio dos meus pais para realizar o estágio. Sentamos, conversamos e decidimos que eu iria para São Paulo. Eles tinham consciência de que seria uma grande oportunidade e que eu viveria momentos únicos. Quando cheguei na capital paulista, me surpreendi com o tamanho da cidade. Como ela era diferente de Maceió! Nunca vou esquecer do primeiro dia, do primeiro olhar, das fortes batidas no coração, ou seja, minha descoberta da cidade. Em contrapartida, o Butantan era um refúgio no meio de São Paulo. Muitas árvores, prédios antigos, museus, laboratórios, cobras, aranhas, escorpiões, entre outras espécies de animais peçonhentos.

Os pesquisadores me ensinaram muito.
As hipóteses, as perguntas, os experimentos, a vida dinâmica do laboratório e a Imunologia foram conduzindo a trajetória para que eu me tornasse uma cientista. Acabei ficando em São Paulo e terminei o curso de Biologia por aqui. Estudei muito e ingressei em uma pós-graduação na área de Imunologia. Meu objeto de estudo foi um animal peçonhento. Não era cobra, aranha, muito menos escorpião. Minhas origens litorâneas falaram mais alto e decidi estudar um peixe.

O animal escolhido para a minha pesquisa foi o Niquim, de nome científico Thalassophryne nattereri; peixe da região Nordeste que despertou a minha atenção durante um período de férias em Maceió. Um médico dermatologista me contou na ocasião relatos sobre os acidentes que o bicho causava em pescadores e banhistas.  Não havia tratamento e existiam poucos estudos sobre o veneno. Fiquei convencida da importância de estudar a espécie em questão, quando comecei a conversar com os pescadores locais. Eles me disseram: “Ele é um peixe pequeno, de movimentos discretos, não ataca ninguém, mas quando tem seu espaço invadido, solta um veneno capaz de aleijar ".

O aquário no laboratório cresceu e outros peixes peçonhentos chegaram:  bagres, arraias, peixe-escorpião e espécies que habitam as nossas águas e causam acidentes. Até que um peixe mais dócil apareceu no meio do caminho e os estudos foram ampliados.

Zebrafish
O Zebrafish - de nome científico Danio rerio - é conhecido popularmente como Paulistinha. Ele é utilizado como modelo experimental em muitos países para estudos comportamentais, genéticos, testes de toxicidade, entre outras áreas. Aprofundei meus conhecimentos sobre a espécie e iniciei os estudos com o peixe no Instituto Butantan.

As pesquisas avançaram e em 2015 foi inaugurada a Plataforma Zebrafish. Um local de criação e manejo do animal, que tem como objetivo fazer ciência e compartilhar informações. A partir da Plataforma surgiu a Rede Zebrafish. Um projeto que liga 80 pesquisadores de 40 instituições espalhadas pelo Brasil. O Paulistinha também é comunicação; um divulgador de ciência e contador de histórias. Com ele eu tenho ido além, chegado em diferentes lugares, conversado com crianças, jovens, adultos e idosos.

Mulher e cientista
Durante uma palestra que ministrei em um Colégio Estadual de Osasco, sobre o Zebrafish, os alunos não sabiam qual era o gênero do pesquisador que falaria para eles naquele dia. A maior parte dos estudantes esperava um homem velho, de jaleco e com cabelos brancos.  Fiz questão de levar comigo somente pesquisadoras mulheres; elas são maioria em nosso laboratório e devem servir de exemplo para as crianças. É preciso romper paradigmas para que as coisas mudem. Me sinto realizada pela oportunidade de trabalhar em prol do avanço da ciência.

Esta é a minha história como mulher e cientista. Estudei, ingressei na pós-graduação e, no ano de 2000, concluí o doutorado pelo Departamento de Imunologia da Universidade de São Paulo. Sou doutora, pós-doutora, pesquisadora do Instituto Butantan e atualmente diretora do Laboratório Especial de Toxicologia.

E por tudo isso posso dizer, Sou Feliz, Sou Cientista.



*Mônica é pesquisadora do Instituto Butantan e coordenadora da Plataforma Zebrafish.

As ilustrações deste post são de Veridiana Scarpelli.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

18º Curso de Introdução à Biologia Marinha

Você já se imaginou fazendo Biologia Marinha diretamente em campo? 
Esse curso é para você, graduando ou não! Basta amar o mar e querer aprender mais sobre ele e os fascinantes animais que nele habitam.

Local: Ubatuba - SP
Data: 19-20 de janeiro de 2019

Revista Biologia Marinha de Divulgação Científica

Olá queridos amigos marinhos! 

A Revista Biologia Marinha de Divulgação Científica (administrada pelo Projeto Biologia Marinha Bióicos) acaba de receber o seu registro oficial de revista ISSN 2595-931X

Para comemorar esta conquista, o Bióicos está recebendo artigos de divulgação na área marinha (artigos entre 500 e 1000 palavras).

Convidamos a todos para submeter um artigo e juntos fortalecermos a visibilidade da Biologia Marinha, educando iniciantes e divulgando a importância de nosso trabalho.

Visite nosso site www.bioicos.com.br/revistabiologiamarinha e consulte as informações para os autores.


e-mail: revistabiologiamarinha@gmail.com 
Instagram: @biologia_marinha_bioicos

quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

A pós-graduação como um espaço agradável

Por Daniela Coelho

Boa parte das pessoas com quem eu já conversei sobre pós-graduação tem referências ruins sobre o ambiente acadêmico. Essas referências vão desde as más orientações que recebem dos seus orientadores (usarei o termo orientadores para me referir tanto a homens quanto a mulheres), até um ambiente pesado, de intensa cobrança e competição, que o próprio programa de pós graduação pode cultivar. Isso sempre me chamou atenção, pois desde o meu terceiro semestre do curso de Biologia eu já tinha interesse na vida acadêmica.
Fiz iniciação científica e mestrado (zoologia) na UFBA e agora estou no doutorado (ecologia) na USP. No início eu realmente achei que meu processo de adaptação seria muito pesado, por estar trocando de área de atuação e de cidade. Porém, andei um passo de cada vez e isso foi essencial para que soubesse que estava escolhendo a pessoa certa, no lugar certo. Primeiro, conheci meu orientador alguns anos antes de fazer a seleção. Fiz o esforço de ir até a universidade onde ele leciona justamente para conhecê-lo e termos nossa primeira conversa sobre a “possibilidade” de orientação - essa galera normalmente é muito ocupada e fazer o contato previamente é essencial. Ele me propôs que tivéssemos uma vivência antes (uma espécie de estágio), justamente para saber se eu me adequaria ao seu estilo de orientação e se ele acharia interessante me orientar. Nada mais justo! Ele me sugeriu também conversar com seus orientandos para saber sobre o seu perfil de orientação e sobre o ambiente do laboratório.
Acho que pouquíssimos orientadores fariam tal sugestão, assim como poucos alunos têm esse feeling de buscar saber onde estarão pisando! Conversar com os alunos que já foram orientados pelo pesquisador e aqueles que estão em via de orientação pode pesar muito na sua escolha. Após estar certa de que seria uma boa decisão fazer o doutorado com ele, iniciamos a etapa de discutir o meu projeto, de forma que a linha de pesquisa que seguiríamos se adequasse tanto aos interesses dele, quanto aos meus, afinal, eu passaria 4 anos da minha vida estudando aquele tema, naquele ambiente e sob aquela orientação.

Quando fui prestar a seleção, tive outra grata surpresa: meu orientador se propôs a discutir comigo cada um dos artigos que cairiam na prova, justamente para garantir que eu me sentisse mais segura para o processo seletivo. Embora essa atitude dele seja um ponto fora da curva, ele provavelmente também estava garantindo que o seu investimento de tempo em mim seria garantido se eu fosse aprovada na seleção! Após ingressar no programa e discutirmos nosso projeto, ele fez uma sugestão que achei brilhante! Eu seria preparada a ponto de, no último capítulo da minha tese, ser a única autora, pois ao final do meu doutorado eu deveria “ser capaz de pensar sozinha numa pergunta, delinear e executar uma pesquisa”, e a participação dele seria apenas para aparar as arestas.

Nesse momento eu realmente entendi que sua preocupação não era apenas com o número de artigos que eu iria produzir ao final do meu doutorado, e sim com a qualidade da minha formação. Ele também incentiva os alunos que integram o laboratório a trabalharem conjuntamente na elaboração de uma pesquisa, sem a participação dele e isso tem sido muito produtivo para o crescimento, união e amadurecimento do grupo. Estamos aprendendo a nos ajudar mais. Além disso, nosso orientador disponibiliza uma hora de reunião semanal para cada aluno discutir com ele o projeto ou qualquer outro assunto que quiser. Ele estuda junto com a gente!

A maioria das pessoas diz que eu vivo num laboratório de conto de fadas, e que orientadores como o meu são raríssimos! Pode até ser, quando pensarmos no grande universo das pós graduações. Porém, assim como o meu, eu tenho convivido com diversos outros orientadores que também se preocupam, e muito, com a sua “prole”. Eu faço parte de uma espécie de laboratório integrado, onde, além do meu orientador, existem três outros professores que agem praticamente da mesma forma. Eles não se importam exclusivamente com a nossa produtividade acadêmica, mas também com a qualidade do profissional que eles estão formando para o mercado.

Ok, agora vamos ampliar a escala. E o ambiente da sua pós graduação? Bom, eu estou muito satisfeita com o programa de pós graduação em ecologia da USP. Pelo tempo que estou aqui, pouco mais de 1 ano de pós e dois anos anteriores de vivência no laboratório, pude perceber que os coordenadores são muito humanos e preocupados com o bem estar dos alunos. Juntamente com os representantes discentes, eles conseguem manter um ambiente onde os alunos têm voz ativa. Há eventos sobre saúde mental, com ciclo de palestras e bate-papo entre os alunos, ou com os professores, sobre depressão, síndrome do impostor, ansiedade, organização de tempo e muitos outros temas que tanto afligem os estudantes. Além disso, temos um espaço destinados aos alunos para apresentação dos nossos projetos, ideias ou para o convite de palestrantes do nosso interesse.  Venhamos e convenhamos, existe algum trabalho sem prazos e cobranças? Não, né? A questão é o que os organizadores do ambiente em que você está inserido estão fazendo para melhorar a sua paz de espírito.O programa cobra prazo e produtividade dos alunos, como qualquer outro programa. O que muda é o que eles fazem para amenizar o estresse ao qual estamos submetidos.

Será que tudo que estou vivendo é um mar de rosas e eu estou iludida com a realidade do ambiente da pós graduação? Claro que não, não me considero uma pessoa tão ingênua assim! O grande xis da questão é saber previamente para onde você quer ir. Como disse o gato do filme Alice no País das Maravilhas, “se você não sabe pra onde ir, qualquer caminho serve”. E quais conselhos eu gostaria de deixar aqui? O primeiro é: busque se informar fortemente sobre o suporte dado por sua pós graduação de interesse à saúde mental dos alunos. Da mesma forma, busque saber quem é o seu orientador de interesse e o que os alunos antigos e atuais pensam sobre ele, tanto como pessoa quanto como profissional. Não esqueça: quem vê lattes não vê coração! A segunda é: não escolha o orientador “apenas” pelo quão produtivo ou expert ele é na sua área de interesse. Escolha também pelo quanto ele vai te respeitar como pessoa e respeitar seus interesses profissionais. Não escolha ”o melhor”, escolha aquele que é capaz de extrair o que há de melhor em você.

Eu sei que não há espaço para todos nesses ambientes ideais, mas quando estamos falando da nossa saúde mental, talvez seja mais prudente refletir se vale a pena estar em lugares que degradem a sua paz de espírito na construção do seu caminho acadêmico ao invés de buscar outras alternativas.


Sobre a autora:

Daniela Pinto Coelho: É bióloga formada pela UFBA, mestre pelo programa de pós-graduação em Diversidade Animal (UFBA) e doutoranda pelo programa de pós-graduação em Ecologia da USP. A autora desenvolve pesquisa com redes de interações tróficas usando serpentes como modelo de estudo. É apaixonada por gatos e por esportes de aventura.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

Correntes oceânicas de superfície (Parte II)

Transporte de Ekman, ressurgência, subsidência e circulação de Langmuir

Por Jana M. del Favero


Vimos no primeiro post sobre as correntes oceânicas de superfície (relembre aqui) que a colisão das moléculas de ar do vento com as moléculas de água na superfície do mar resulta no movimento da água, gerando uma corrente. Iniciado o movimento superficial das moléculas de água, elas vão exercer um atrito (uma força) sobre as moléculas de água logo abaixo, iniciando o movimento delas também. Assim, com o vento soprando persistentemente por um longo período de tempo, o movimento vai sendo transferido cada vez mais para baixo na coluna de água. Conforme esse movimento gerado pelo vento vai atingindo as camadas mais profundas da coluna de água, ele vai perdendo velocidade pois aumenta a distância da força motriz (geradora), o vento.
Além de diminuir de velocidade, a direção do fluxo da corrente de água também muda com o aumento da profundidade, como resultado da deflexão de Coriolis. Você deve estar lembrado que no Hemisfério Norte a camada de água da superfície flui para a direita da direção do vento gerador. Do mesmo modo, quando a camada de água superficial coloca a camada de água subjacente em movimento por causa do atrito, a camada subjacente também sofrerá um desvio à direita do escoamento da camada acima dela, e assim por diante: cada camada de água mais profunda é desviada para a direita da camada imediatamente acima dela (lembrando que estamos falando do Hemisfério Norte, pois no Hemisfério Sul o desvio seria para a esquerda). O resultado de todo esse processo de perda de velocidade e deflexão é uma corrente espiralada, chamada espiral de Ekman. Sob a influência de um vento forte persistente, a espiral de Ekman pode estender-se até uma profundidade entre 100 e 200 metros. Apesar de receber o nome de espiral, a espiral de Ekman não se movimenta como um redemoinho formado quando a água desce por um ralo. O termo espiral é usado para  para designar os movimentos horizontais na coluna de água dividida em camadas, sendo que cada camada se movimenta em direção horizontal levemente diferente.
O físico escandinavo, V. Walfrid Ekman, ainda calculou que o transporte resultante na espiral gerada pelo vento é de 90 graus à direita do vento no Hemisfério Norte e de 90 graus à esquerda do vento no Hemisfério Sul. Esse transporte resultante, chamado de transporte de Ekman, representa a média de todas as direções e velocidades da espiral de Ekman. Resumidamente, a maior parte da água desloca-se a um ângulo de 90 graus em relação ao vento gerador.

A espiral de Ekman. 1 - Vento, 2 - Força de cima, 3 - Direção efetiva da corrente 4 -  Efeito Coriolis (Fonte: https://en.wikipedia.org/wiki/Ekman_spiral#/media/File:Ekman_spirale.svg)

A influência do transporte de Ekman é importante sobre outros tipos de correntes de superfície, como na
ressurgência e na subsidência. Na ressurgência, por exemplo, um vento soprando paralelo à costa em determinada direção (dependendo do hemisfério), resulta em um transporte de Ekman que afasta a água superficial da costa, aflorando a água mais profunda para "ocupar"o lugar da superficial que foi retirada (já falamos sobre a importância da ressurgência costeira aqui). Na subsidência ocorre o contrário: o transporte de Ekman resultante de ventos soprando paralelamente à costa impulsiona água em direção a linha de costa  e faz com que as águas de superfície sejam empurradas para baixo, ou seja, ocorre um afundamento da água de superfície.
A ressurgência e a subsidência também podem ocorrer longe da influência das bordas dos continentes, em mar aberto. Por exemplo, nas proximidades de 30°N e 30°S as correntes superficiais dos giros de circulação convergem (vão na mesma direção) devido a deflexão de Coriolis, produzindo empilhamentos de água que induzem a subsidência. No equador, por outro lado, os ventos de sudeste e nordeste geram duas correntes superficiais que fluem para o oeste e são desviadas pelo efeito de Coriolis para o norte (direita) no Hemisfério Norte e para o sul (esquerda) no Hemisfério Sul. As águas superficiais locais são então removidas por esse fluxo divergente (em direção oposta), promovendo a ressurgência (a figura abaixo ilustra o descrito).

Convergência e divergência de correntes de água no Hemisfério Norte (Fonte: Pinet, 2014).

É importante ter em mente que o transporte de Ekman é uma resposta para um vento soprando por muito mais do que algumas horas ou até mesmo dias (longo prazo). A curto prazo, ventos que sopram persistentemente e com força na superfície dos oceanos podem ocasionar movimentos verticais na água, fazendo com que o fluxo seja paralelo ao vento gerador e gerando células de circulação longas e estreitas nos primeiros seis metros da coluna de água (com movimentos semelhantes ao de um saca-rolha). As células são chamadas de
células de Langmuir e o fluxo de circulação de Langmuir (veja a figura abaixo). Vocês já devem ter visto no mar o resultado dessa circulação e não entenderam do que se tratava. Por causa da rotação em direções opostas desses “saca-rolhas”, os limites de duas células de Langmuir adjacentes (de dois saca-rolhas) alternam entre fluxos que se encontram e se afastam, enfileirando qualquer material flutuante (como bolhas, manchas de óleo, algas etc) nas zonas de fluxo convergente.

Células e circulação de Langmuir (Fonte: Pinet, 2014)

Assista o filme abaixo sobre a Espiral e o Transporte de Ekman:


Fonte: Pinet, P.R. 2014. Invitation To Oceanography. 7a edição. Jones & Bartlett. Learning. 662 p.